Confirmando o que a gente já sabe muito bem, o Recife é cortado por pontes belas e históricas. Já falamos sobre a Ponte do Limoeiro, Ponte Mauricio de Nassau, Ponte Princesa Isabel, Pensa que acabou? Não perde a conta. Teve também a Ponte da Boa Vista e Ponte Buarque de Macedo.
Agora, vamos dar uma volta no tempo onde a navegação em nossos rios e mares, era fundamental para o desenvolvimento econômico e social do estado.
Em um momento remoto da história da cidade do Recife, o transporte por via aquática exerceu grande influência sobre a economia da cidade, com um fluxo constante de barcos pesqueiros, navios e embarcações veleiras.
Tais embarcações cumpriam importante papel, transportando açúcar e vinham de regiões geralmente não servidas por ferrovias. A demanda crescente por esse meio de transporte, atrelada à necessidade de modernização do Porto do Recife, levou a construção de uma ponte para possibilitar a passagem das embarcações.
Por isso, iniciou-se a construção de uma ponte, inaugurada em 1923 e que esteve em funcionamento até a década de 1970. E olha que engenharia arrojada ela possuía, pois sua estrutura central estava montada sobre uma coluna que a fazia girar e servia para liberar a navegação pelo Rio Capibaribe.
A ponte ficou conhecida como a Ponte Giratória, justamente em razão da característica de possuir um mecanismo giratório. Desse modo, ela deixava passar as embarcações, permitindo a ligação do bairro de São José ao do Recife, na foz do Rio Capibaribe.
Sua estrutura era formada por três lances: dois fixos, em suas cabeceiras, e um central, giratório. O giro do lance central permitia a passagem de barcos veleiros pelas duas aberturas criadas, que se dirigiam ou saíam dos cais interiores ou fluviais do Recife, como o Cais da Alfândega, o Cais José Mariano e do Colégio.
Antes da ponte girar, um aviso sonoro indicava que a ponte estava “aberta”, enquanto as suas cabeceiras eram barradas com correntes e avisos de alerta, para evitar eventuais acidentes.
Quando voltava a ser um todo inteiriço, a ponte permitia a passagem de trem pela faixa do meio, que era uma via ferroviária. Além de permitir o tráfego de veículos automotivos e pedestres pelas laterais, quando então se dizia que a ponte estava “fechada”.
Com a implantação e a ampliação gradativa do sistema de transporte rodoviário no Estado, o tráfego de embarcações foi perdendo importância e, aos poucos, diminuindo.
A Ponte Giratória, originalmente construída em ferro, começou a apresentar problemas na sua maquinaria e já não comportava mais o volume viário sobre a mesma e, assim, caiu em desuso.
Em seu lugar, para substituí-la, construiu-se uma ponte de concreto, fixa e mais ampla, que recebeu o nome de Ponte 12 de setembro, sendo inaugurada em 1971.
Refere-se a data ao da inauguração das reformas do porto, em 1918. Contudo, a denominação de Ponte 12 de Setembro acabou não “pegando” entre os recifenses, pois boa parte da população ainda se referia a ela como Ponte Giratória.
Assim, a Prefeitura da Cidade do Recife, decretou em 2013, que essa passaria a ser chamada da Antiga Ponte Giratória.
Gostou de saber sobre esse pedacinho tão especial do Recife Antigo? Continue acompanhando nossas redes sociais e conheça essa e outras maravilhas do Recife.